XXVI

outro dia encontrei a Verdade
me espantei, segurei
e sentamos juntas num bar
chope vai, chope vem
e soprou pra longe o receiozinho
dela de se abrir e me mostrar
perguntei tudo – quem era, donde vinha
pronde ía, o que queria e o que não
e então soube: calou-se e sorriu
tentei de novo pelas bordas:
e os deuses, o universo,
o mais e o menos, o tempo,
a vida e a morte, o antes e o depois,
o infinito, as estrelas, deus
e o diabo, a liberdade, tudo e nada, enfim
que é deles? que me diz?
ela gargalhou na minha cara!
(bebinha de tudo, é verdade…)
baixei a cortina da sobrancelha
espiei por cima, pros lados
meio amuada, possessa
quase entendi tudo
e deixei a conta pra ela
mal educada
isso não se faz

6 pensamentos sobre “XXVI

Deixe um comentário